No Domingo de Ramos da Paixão do Senhor, a Igreja recorda um fato conhecido e marcante nos evangelhos: “para realizar o mistério de sua morte e ressurreição, Cristo entrou em Jerusalém, sua cidade”, cumprindo uma profecia de Zacarias, que se refere a um rei humilde, justo e vitorioso, que vem à filha de Sião montado sobre um jumentinho (Zc 9,9). Foi aclamado pelos discípulos e peregrinos que entravam com ele na Cidade Santa.
“Hosana ao Filho de Davi” expressa sentimentos de louvor e de esperança na pessoa de Jesus como o Messias esperado.
Somos chamados a celebrar “com fé e piedade a memória desta entrada”, seguindo os os do Salvador. “Associados pela graça à sua cruz”, participamos também de sua ressurreição e de sua vida.
Proclamando e vivendo a nossa fé em Jesus como Senhor e Salvador, entramos no mistério da Semana Santa, com ânimo, gratidão e generosidade, deixando o Espírito agir em nós, através da Palavra, das orações, dos sinais, das pessoas e, de modo privilegiado, da Eucaristia. Reconhecemos a entrada em nossa vida daquele que foi obediente e fiel ao Pai, que “carregou os nossos pecados em seu próprio corpo, sobre o lenho da cruz, a fim de que, mortos para os pecados, vivamos para a justiça” 1 Pd 2,24). Ele é o único que pode dar sentido à nossa existência: quando o acolhemos, recebemos o amor, a vida e a salvação.
No mistério da Semana Santa que iniciamos, cada um pode fazer esse caminho: acolher a redenção que Cristo nos mereceu; chorar a sua agonia; estar em comunhão com aquele que ofereceu a sua vida por nós. A participação nos sofrimentos de Jesus deve fazer crescer em nós o santo temor de Deus: enquanto houver pecado, a paixão dele continua, enquanto participamos do pecado, necessitamos de redenção.
Deixemos crucificar com Cristo a pessoa velha para surgir o novo que vive segundo o Espírito. Somos chamados a ser solidários com os que sofrem , ser sinais de esperança, assim seremos glorificados com Ele.
Boa Semana Santa a todos.
Dom Paulo.
